terça-feira, 16 de junho de 2009

Gabarito e Resolução do Simulado (parte 1)

Olá meus amigos!

A pedido de alguns leitores já ansiosos pelos comentários, postarei a primeira parte deles, de forma que o post não fique muito grande. Seguem, portanto, os comentários das cinco primeiras questões.

 

1- De acordo com a leitura da seguinte súmula do STF, marque a opção correta:

 

STF- Súmula 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado por taxa.

 

I- a expressão em negrito deve ser classificada como complemento nominal.

Comentário: serviço = substantivo abstrato (necessidade de atentarmos ao critério da passividade)

a iluminação pública serve ou é servida? É servida certo?

Conclusão: de iluminação pública = CN (opção correta)

 

II- a expressão sublinhada não deve ser classificada como adjunto adnominal, mas sim como complemento nominal.

Comentário: a expressão não deve ser classificada como Adj Adn (correta)

mas sim como CN (errada)

Atenção pessoal! A estrutura da frase é passiva, por isso, “remunerado” é verbo e “por taxa” é agente da passiva.

 

III- é possível identificar apenas um adjunto adnominal na súmula.

Comentário: Esse tipo de afirmativa normalmente será falsa, pois é praticamente impossível fazer uma frase com apenas 1 adj adn.

Há 2 adjuntos na frase: O (artigo) / pública (adjetivo)

Uma dica MUITO importante: o CN é uma função maior do que o adj adn, ou seja, é possível haver um ou mais adjuntos dentro de um mesmo complemento, assim como acontece no sujeito.

Outro detalhe: um adjunto , nos casos que estamos estudando, é uma locução adjetiva. Nada de contar três adjuntos em expressões como “a explicação do professor”. A função maior é, por exemplo, sujeito, o núcleo é “explicação” e os adjuntos são “a” e “do professor”. Esse raciocício será útil para as questões de contagem de adjuntos e complementos.

 

a) apenas I está correta. V

b) apenas II está correta.

c) apenas III está correta.

d) todas estão corretas.

e) todas estão erradas.

 

2- Acerca do artigo 5º, inciso VI da CF, é possível afirmar que há:

 

Art 5º, VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

 

Comentário: Eis os complementos:

1/2 - de consciência / de crença : mesmo caso da questão anterior. Como liberdade é abstrato, devemos identificar se a ideia é ativa (adj adn) ou passiva (CN). Ambos são livres (ideia passiva)

3- dos cultos religiosos: mesmo raciocínio ( os cultos são exercidos)

4- aos locais: idem (os locais são protegidos)

 

 

a) dois complementos nominais

b) três complementos nominais

c) quatro complementos nominais V

d) cinco complementos nominais

e) seis complementos nominais

 

Em relação à frase:

 “ Handhelds, ou computadores de mão, são chamados, também, pelas pessoas de palmtops, ou ainda de pocket PCs.”

 

3- a expressão em negrito (de mão) exerce função de:

 

Comentário: esta foi a questão mais fácil do simulado! Tanto que pode ser resolvida pelo critério mais simples. Computadores = concreto = adjunto adnominal (basta substituir a expressão por “manuais” para identificar a locução adjetiva)

 

a) adjunto adnominal V

b) adjunto adverbial

c) complemento nominal

d) predicativo do sujeito

e) agente da passiva

 

4- a expressão em itálico (pelas pessoas) exerce função de:

 

Comentário: Esta também foi fácil! Como temos uma estrutura de voz passiva, “pelas pessoas” exerce a função de agente da passiva. Acho que aqueles que erraram essa questão o fizeram por falta de atenção.

 

a) adjunto adnominal

b) predicativo do objeto

c) complemento nominal

d) objeto indireto

e) agente da passiva V

 

5- as expressões sublinhadas (de palmtops / de pocket PCs) exercem função de:

 

MUITO CUIDADO, aqui está o tipo de questão mais difícil sobre esse assunto!

Já vimos que a frase esta na voz passiva certo? Vamos passá-la para a voz ativa:

As pessoas chamam os computadores de mão de palmtops. (forma simplificada)

O verbo “chamar” pode ser tanto transitivo direto quanto indireto, mas NÃO transitivo direto e indireto!

Na voz ativa, “computadores de mão” é objeto direto, que vai passar para a passiva como sujeito.

Na voz ativa, “de palmtops” é predicativo do objeto, que vai passar para a voz passiva como predicativo do sujeito.

Se a FGV quiser complicar, pode cobrar isso tranquilamente!

 

a) adjunto adnominal

b) predicativo do objeto

c) complemento nominal

d) predicativo do sujeito V

e) objeto indireto

 

Bom pessoal, espero que os comentários lhe sejam úteis!

Se tiverem alguma dúvida ou recurso sobre qualquer questão, postem nos comentários ou me enviem um email.

Em breve postarei os demais comentários!

Aproveito para agradecer pelos elogios! Aos colegas que estão tentando, assim como eu, uma vaga no ICMS-RJ, torço para que não precisem mais acessar o blog depois da prova!

Forte abraço!

 

Diego Garcia (Dimalkav)

dimalkav@yahoo.com.br

2 comentários:

  1. Nossa!!! Levei bomba!!!

    O verbo chamar me deixou intrigado. Como falei antes tenho muita dificuldade em ver o predicativo.

    As pessoas chamam os computadores de mão de palmtops.

    O chamar não é verbo de ligação. Aí que está meu problema com Predicativo... em casos de predicado verbo nominal. Uns dizem que tem sempre que haver um verbo de ligação (em geral o ´´ser´´) implícito.. é verdade? Como faço para perceber o predicativo nesses casos??

    Eu aí raciocinei assim: Quem chama, chama alguém de alguma coisa... hehehehe VTDI
    E classifiquei como OI!! :(

    Procurando na internet eu achei esses outros casos:

    - Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
    - Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
    - Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
    - Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

    De bobo e bobo são predicativos nos 4 casos então??
    Fora algumas construções aí, como a quarta, que eu achei muito estranhas!! Ia dar como errada na prova com certeza... :P

    Eu achei também que o verbo chamar pode ser sim TDI. Olha só:

    Chamar será VTDI, com a prep. a, quando significar repreender.
    Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula. Chamei-o à atenção.
    Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim fazer se notado. Por exemplo: O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.



    Agora para fechar, na questão 2, os dois primeiros CN eu não marquei porque apliquei aquela regrinha de posse. Achei estranho aplicar o lance de atividade x passividade aí e acabei indo pro método de ver a posse e errei. Liberdade de crença. Não sei nem como seria colocar isso na ativa... rs.

    É isso. Se puder dar uma força eu agradeço!

    Abraços!!

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  2. Ótimos comentários Marcelo!
    O verbo chamar é realmente complicado...
    Inicialmente, no simulado, o verbo faz parte de um predicado verbo-nominal (daí a existência de 2 núcleos - o verbo e o predicativo).
    Em todos os exemplos que você citou a dituação será a mesma, pois como eu disse, tanto faz se o verbo chamar é TD ou TI, o sentido será o mesmo.

    Devo alertar que não existe consenso quanto ao uso de "chamar a atenção" e chamar à atenção". Vou mostrar a minha teoria, que mantém a transitividade acima exposta.
    - chamar à atenção:
    considerar a expressão como um todo, sendo ela transitiva indireta (chamar à atenção de alguém). Tanto que a expressão significa repreender.
    Considero incorreta a estrutura "chamar o menino à atenção", tanto que ela é bem incomum, eu diria até inexistente.
    - chamar a atenção:
    1- considerar "chamar(a)atenção" como um todo, sendo verbo intransitivo.
    2- considerar "a atenção" como objeto direto e o termo seguinte como adjunto adnominal(prep de) ou complemento(prep para).

    Na minha opinião, se cair uma questão desse tipo, a chance de ser anulada será muito grande. É bem mais fácil cobrarem a ideia de predicativo, como fiz na questão.

    Quanto ao caso dos complementos, acho que fica mais fácil compreender se substituir o substantivo proibição/ vedação. A ideia de ser liberada/proibida fica mais evidente. A crença e a consciência não liberam ou proibem, mas são liberadas ou proibidas.
    Já caiu uma questão como essa na prova do Senado, mas a questão foi anulada. Dizia assim:
    "garantia do contraditório e da ampla defesa". O uso da prep "de" em vez de "a" acabou deixando a expressão ambígua. Da próxima vez, devem colocar um nome com características bem definidas para evitar anulação.

    Espero ter explicado melhor dessa vez.
    Abraço!

    Diego

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