sábado, 8 de agosto de 2009

Dicas para o ICMS-SP (Português e Inglês)

Olá galera!

Vou tentar, neste texto, dar algumas dicas sobre como fazer as provas de português e inglês da FCC, mais especificamente em relação ao concurso da próxima semana: o ICMS-SP.

A FCC é a banca que mais conheço, pois o concurso para o MRE (fevereiro de 2009) foi o primeiro concurso que prestei como um concurseiro sério. Para quem não sabe, das 80 questões, 30 foram de português e 30 de inglês, com peso 3. O resto da prova versava sobre direito administrativo, AFO e informática, mas com peso 1.

Aqui vai a primeira observação: a prova de português foi totalmente atípica! Não caiu gramática! Esta é uma possibilidade? Sim, mas não acredito que vá realmente ocorrer, por dois motivos:

1- o concurso para o MRE era voltado para a área de humanas, tanto que os textos foram bem subjetivos, bem diferente do que acontece nas provas para a área fiscal;

2- o tamanho da prova. Teremos pouquíssimo tempo para ler os textos. Acredito que 30 questões de interpretação eliminariam ótimos candidatos, mesmo com a redução do mínimo.

Já em relação à prova de inglês, façam a prova do MRE! Será um ótimo treino! É importante conhecer como a FCC elabora as questões. Além disso, serão 10 questões! É muito mais fácil acertar as 10 questões de inglês do que fazer o mesmo em português. Estudem as principais conjunções, voz passiva (que é praticamente igual em português) e leiam alguns textos em inglês, para pegarem ritmo de leitura.

O livro de questões comentadas da editora Ferreira é obrigatório.

No EVP (Euvoupassar), estão sendo disponibilizadas aulas específicas com a professora Clésia Maia. Entretanto, acredito que poucos estejam “perdendo” tempo com inglês neste momento.

Uma leitura do livro da FCC é mais que suficiente.

Voltando ao português...

Considerando a tradição da FCC, teremos 40% da prova de interpretação e 60% de gramática. Há alguns assuntos que caem em TODAS as provas que seguem esse estilo:

1- concordância (+ partícula “-se”)

Em virtude dos meus estudos nesta reta final, não conseguirei escrever o artigo que havia prometido sobre esse assunto, mas darei algumas dicas de como resolver essas questões. (Lembrando que em 2006 caíram 3 questões de concordância)

Há 3 tipos de questões de concordância:

1- “As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em:”

2- “ O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a lacuna da frase:”

3- “ O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:”

Raramente a FCC cobra algum caso especial de concordância (aqueles com numerais, por exemplo), então, é aconselhável uma breve leitura deles. Lembrem-se de uma coisa, usar o senso comum em questão de concordância = errar a questão ok?! Tenham certeza que o examinador deslocará adjuntos adjuntos adverbiais e sujeitos para tentar confundí-los. Este é o caso mais simples, cobrado em questões de nível médio. Basta identificarem o sujeito do verbo e não errarão a questão. Na dúvida, procurem pelo sujeito o mais longe possível do verbo.

Caso o examinador coloque verbos seguidos da partícula “-se”, certifiquem-se de classificar o verbo antes de qualquer análise. O verbo poderá ser:

1- transitivo direto ou transitivo direto e indireto: dessa forma, teremos voz passiva e o sujeito deverá concordar com o verbo.

Ex.:” ...... (impor-se), para o ingresso da empresa no mercado de capitais, reformulações de ordem técnica e administrativa.”

2- transitivo indireto: teremos sujeito indeterminado e o verbo ficará obrigatoriamente no singular.

Ex.: Em geral não se ____________ (desconfiar) das razões que levam à escolha de um profissão, na época do vestibular.”

Obs.: Com menor frequência, aparecem verbos reflexivos e verbos que apresentam a partícula “–se” como parte integrante. Nestes casos, o verbo concordará com o sujeito.

Atenção: tem sido muito comum a cobrança de uma característica das orações subordinadas substantivas. Sendo o sujeito do verbo uma oração, este deverá ficar no singular.

Ex.: “Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto,

criticar o lucro razoável de alguns feirantes, mas sim,

a inaceitável impiedade de outros.”

Há algum tempo, era comum cobrar a impessoalidade do verbo “haver”, característica que, por sinal, muitos desconhecem. Na verdade, grande parte das pessoas tem dificuldade em utilizar o verbo de forma correta. É muito comum ler a seguinte frase em fóruns: “A muito tempo não apareço por aqui...”. Já vi até discussões por causa de pessoas que comentam os erros de outras. Penso da seguinte forma: se um candidato escreve de forma errada frequentemente em fóruns, no msn, no orkut etc., imaginem a dificuldade de lembrar a forma correta na hora da prova?!

Imaginando que este assunto já é dominado pelos concurseiros, pois até quem não sabe coloca o verbo no singular na hora da prova, a FCC começou a cobrar a exceção da exceção: tempo composto com o verbo haver.

Ex. 1: Momentos de solidão e contemplação ...... (haver)

de perturbar os que se entregam gostosamente aos

estímulos eletrônicos.

Aqui, o verbo tem sujeito, devendo concordar com ele, ou seja, o verbo fica no plural.

Ex.: 2: Costumam haver nas pessoas extrovertidas traços

marcantes de timidez.

Já neste caso, temos a passagem da impessoalidade para o primeiro verbo. Percebam a semelhança com o caso das orações reduzidas. O verbo “costumar” deve ficar no singular.

Bom, acabei fazendo um mini artigo sobre concordância né?! Espero que seja útil!

Vamos aos outros assuntos:

2- regência (+ pronomes relativos)

Pessoal, muita atenção, pois aqui a questão é saber se o verbo pede (e se pede, qual) preposição. Encontramos, normalmente, duas questões diferentes:

2.1- “As eleições são importantes, mas não se empreste às eleições um valor absoluto, ainda que muitos ainda vejam as eleições como finalidade última do processo

democrático, sem falar nos que consideram as eleições uma aborrecida obrigação.

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

(A) se lhes empreste - as vejam - as consideram

(B) se as empresta - as vejam - lhes consideram

(C) se empreste-lhes - vejam-nas - lhes consideram

(D) se empreste a elas - lhes vejam - as consideram

(E) se lhes empreste - vejam-lhes - consideram elas”

Coloquei uma razoavelmente grande para que vocês percebam como é importante conhecer a banca. É possível responder a questão lendo apenas os termos sublinhados e as alternativas. Raramente, como neste caso, será preciso analisar a colocação pronominal, mas apenas para confirmar a opção correta (no caso a alternativa A).

Lembrando: o(s), a(s) – objeto direto lhe(s) – objeto indireto

2.2- “Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:

(A) As pessoas com quem devemos prestar contas são aquelas cujos direitos os setores dominantes não costumam dar atenção.

(B) Nem sempre conseguem os homens sobrepor-se diante de suas circunstâncias ou redimir-se perante seus fracassos.

(C) Os direitos em cuja defesa devemos nos empenhar são os mesmos pelos quais os acumuladores de capital demonstram desprezo.

(D) O alerta de Einstein de que nos mantenhamos em guarda é, de fato, um imperativo moral do qual não podemos deixar de atender.

(E) Os métodos legais de cujos se valem os detentores do poder econômico reforçam a má distribuição de renda em que os trabalhadores são vítimas.”

Questão típica de regência. Identificando o verbo e a preposição que o rege, será possível saber se há ou não preposição antes do pronome relativo.

Em relação à questão, temos que o verbo “empenhar” pede a preposição “em”, assim como quem demonstra desprezo, o faz por algo ou alguém. A resposta é a opção C.

Atenção: um tema comum aos dois primeiros assuntos é a oração adjetiva.

Tenham em mente que uma oração adjetiva é independente, ou seja, ela terá um sujeito próprio, que pode ser o mesmo da oração principal, porém, é muito comum que isto não aconteça. Vejamos um exemplo:

Ex.: “Uma política fiscal aplicada sobre as ofertas de energia

devem controlar o cumprimento dos contratos

que se estabeleceu nesse setor.”

Percebam que a o pronome relativo se refere a um complemento nominal, mas assume a função de sujeito da oração adjetiva. Desta forma, como o verbo “estabelecer” é transitivo direto, temos voz passiva, e o verbo deve concordar com “os contratos”, ficando no plural.

3- conjugação verbal / correlação entre tempos verbais

Para este assunto também vale o aviso que dei na parte de concordância, não se guiem pelo bom senso. Aqui, encontraremos verbos como “intervieram”, “propuseram”, “mantiveram” etc.

A dica é: conheçam os verbos principais!

São eles: ter, ver, vir e pôr.

Há outros? Sim, claro! Mas depois que vocês conseguirem flexionar os derivados desses verbos, vão tomar os devidos cuidados na hora de analisar a forma correta do verbo derivado.

Atenção: requerer e prover são falsos derivados e de vez em quando são cobrados!

Vamos analisar uma questão desse tipo:

Ex.: Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase:

(A) O marido enciumado conviu, por fim, em depor a arma e libertar a esposa, a quem vinha ameaçando diante das câmeras.

(B) Seria preciso que se revissem os parâmetros éticos de alguns violentos noticiários que vêm assolando a programação da TV.

(C) Serão bem-vindas todas as iniciativas que se proporem a melhorar a qualidade dos noticiários de TV.

(D) A independência que os habitantes do Timor Leste obteram foi reconhecida pela ONU; espera-se que venha a consolidar-se.

(E) Se um otimista não se conter, sua expectativa de êxtase cresce tanto que ele acaba por se juntar aos pessimistas.”

Dica: esqueçam a parte inicial do verbo e façam a conjugação do verbo original. Por exemplo: na opção A, o verbo original é vir, então faremos o seguinte: O marido veio..., ou seja, a forma correta é “conveio”.

Atenção: não confundir os verbos ver e vir hein?!

A opção correta é a letra B. As outras estão erradas, pois devemos usar respectivamente “propuserem”, “obtiveram” e “contiver”.

Já a correlação entre tempos é um assunto delicado, que pode fazê-los perder muito tempo, já que as opções costumam ser bem longas. Meu conselho é deixá-las de lado num primeiro momento. Se der tempo, voltem e analisem-nas com calma.

Atenção: não deixem de aprender o pretérito mais-que-perfeito (passado do passado). Este tempo e os do subjuntivo são muito cobrados!

4- voz passiva

Além daquilo que expus na parte de concordância, lembrem-se de que APENAS o objeto direto pode ser sujeito na voz passiva! Por isso eu disse que a voz passiva do inglês é quase igual à do português.

Por exemplo: posso dizer “O empregado foi pago no dia primeiro.” ?

Não! Pois quem paga, paga algo a alguém. A pessoa é o objeto indireto!

O correto seria “O salário foi pago ao empregado no dia primeiro”.

De maneira geral, as questões de voz passiva são bem fáceis, ora cobrando a possibilidade de passagem da voz ativa para a ativa e vice-versa, ora cobrando a forma correta do verbo (nesse caso, temos que identificar o tempo verbal para flexionar o verbo auxiliar).

Vejamos duas questões:

Ex. 1: A transposição para a voz passiva é possível apenas em:

(A) Novos gestos incutem à nossa vida um novo sentido.

(B) A liberdade aposta, sempre, em novas possibilidades.

(C) Na nossa capacidade de escolha estaria a nossa liberdade.

(D) A resolução desse dilema depende de uma grave decisão.

(E) As idéias fatalistas conspiram contra as ações libertárias.

Percebam que o único verbo transitivo direto está na letra A, apesar de terem deslocado o objeto direto para depois do indireto.

Ex. 2: Transpondo-se para a voz passiva a construção a voz do

futuro nos acorda, a forma verbal resultante será:

(A) temos acordado.

(B) teremos acordado.

(C) seremos acordados.

(D) somos acordados.

(E) temos sido acordados.

Outra questão bem tranquila. Talvez alguns candidatos se compliquem por causa do pronome oblíquo na função de objeto direto. O macete desse tipo de questão é identificar o tempo da frase original: presente do indicativo.

Com isso, é fácil perceber que a opção correta é a letra D. A frase ficaria “(Nós) somos acordados pela voz do futuro”.

Atenção: lembrem-se que na voz passiva o verbo concorda com o objeto direto da voz passiva, ou seja, deve-se atentar a mudanças de número (singular/plural) no sujeito. Isto aconteceu na questão anterior, já que o verbo estava no singular na voz passiva, pois o sujeito estava no singular (a voz do futuro). Na transposição, passamos a ter “nós” como sujeito. Dessa forma, o verbo passou para o plural.

Bom galera! Há outros assuntos, como a crase, que costumam ser cobrados nas provas da FCC, mas de forma semelhante a que fazem as outras bancas. Além disso, o artigo está ficando bem grande. Antes de terminar, falarei sobre mais um assunto: ortografia.

Tenho recebido e-mails perguntando como estudar a nova ortografia. Pois bem, tradicionalmente, a FCC cobra ortografia da seguinte forma: “Assinale a opção que esteja de acordo com a norma culta do português.”

Neste tipo de questão, pode aparecer de tudo, mas o campeão de ocorrências é o “E” no lugar do “I” em verbos terminados em “UIR”. O erro é tão sutil que passa despercebido (ou seria desapercebido? Hehehe)

A regra é: verbos como “constituir”, apresentam a vogal E na 2ª e 3ª pessoas do singular. Leiam a seguinte frase:

“Não sei se vocês constroem edifícios seguros, parece-me que isto constitue uma mentira.”

Viram? É fácil induzir alguém ao erro! O correto seria CONSTITUI na segunda frase.

Já a parte mais complexa das alterações feitas pelo Acordo Ortográfico (acentuação e hífen) eram dificilmente cobradas, agora são menos ainda.

Eu, no lugar do examinador, criaria questões comparando a ortografia antiga e a nova, fazendo uma questão bem legal! Mas acho que vocês não concordam né?! Então é melhor nem dar ideia...

Meu conselho é focarem nos assuntos que são geralmente cobrados. Infelizmente, eu fui pego de surpresa no dia da prova do MRE, mas acabou sendo ruim para todos... não posso culpar a banca pela minha reprovação.

Percebam que as bancas estão atentas aos concurseiros. A FGV mudou completamente o estilo da prova de português na prova do ICMS-RJ. Devemos estar preparados para tudo!

Como não passei aqui no RJ, pretendo conhecer alguns dos meus leitores no curso de formação em SP!

Espero que este texto possa ajudá-los a superar a temida P1 do ICMS-SP.

Assim que a FCC liberar a prova no site eu comentá-la-ei aqui no blog ok?!

Um forte abraço e uma ótima prova a todos nós!

Diego Garcia (Dimalkav)

dimalkav@yahoo.com.br

Um comentário:

  1. oi Diego, não sei se vc ainda está na ativa, mas gostaria de deixar um comentário. na questão acima “Uma política fiscal aplicada sobre as ofertas de energia
    devem controlar o cumprimento dos contratos
    que se estabeleceu nesse setor.”
    Voce comenta: Percebam que a o pronome relativo se refere a um complemento nominal, mas assume a função de sujeito da oração adjetiva. Desta forma, como o verbo “estabelecer” é transitivo direto, temos voz passiva, e o verbo deve concordar com “os contratos”, ficando no plural.
    permita-me a dúvida: o sujeito do verbo estabelecer não seria o cumprimento, uma vez que ´do contrato´ não pode ser sujeito pois há uma uma preposição antes? neste caso ficaria o verbo estabelecer no singular. em tempo: parabéns pela aprovação e obrigado pelas aulas

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